Uma mãezona aos 93 anos! (e com uma carinha linda, admitam)
Cheia de energia, conta-nos como a família a ajudou a ter uma vida independente, depois dos 90!
Escrito por: Stannah
Quem convive diariamente com a Maria José Manteigas, principalmente a família, apelida-a de mulher de força e foram apenas preciso alguns minutos de conversa para percebermos quão verdade isto era. No Dia da Mãe, conversamos com esta mulher e mãe de coragem que nos conta os seus 93 anos de vida bem vivida!
“A minha vida dava um verdadeiro romance”
Quando pedimos para partilhar a sua história connosco, Maria José Manteigas esboça um bonito sorriso e descreve-a como “um verdadeiro romance” com muitas conquistas e dissabores pelo meio. Capítulo a capítulo, revela como tem vivido todas estas décadas. Uma vida marcada por muitas conquistas e vitórias, mas também pela perda de dois filhos e dois maridos. “Desde muito cedo comecei a trabalhar com os meus pais. Trabalhei no campo até aos 21 anos e depois aventurei-me para Lisboa. Estive lá quase dois anos, mas depois regressei à minha terra. Casei-me, tive 3 filhos e emigrei com o meu marido para o estrangeiro. Corria tudo bem, mas infelizmente passado nem quase um ano de lá estar a viver perdi o meu marido…” conta-nos, acrescentado que “foi uma altura muito difícil para mim, pois, fiquei sozinha, grávida e com 3 filhos para criar num país que mal sabia a língua”.
Os tempos que se seguiram foram muito difíceis, mas com ajuda de alguns conhecidos conseguiu sempre garantir o bem-estar dos filhos que, na altura, era o que mais a preocupava. Pouco a pouco foi reconstruindo a sua vida fora do seu país natal. Trabalhou, foi mãe e também pai para os seus 4 filhos e sempre lutou pelo melhor para a sua família.
Passados 20 anos, regressou a Portugal com a filha mais nova e foi viver para a casa que foi construindo enquanto esteve fora. Em França, ficaram os três filhos, um regressou pouco tempo depois para viver perto da mãe e os outros dois, mesmo fora, mantêm contacto permanente.
14 anos depois voltou a casar, mas há 6 anos atrás o marido faleceu. “Estive 14 anos viúva, mas voltei a casar. Infelizmente, o meu segundo marido também já faleceu e agora conto com a companhia da minha família e amigos que se preocupam muito comigo e estão felizes pelos meus 93 anos ainda muito ativos”.
A família
Quando regressou a Portugal, veio apenas com a sua filha mais nova e, em França, ficou o resto da família. No entanto, passado pouco menos de um ano, um dos filhos, Manuel Vítor Penedo regressou para a beira da sua mãe, pois, segundo ele, era perto da sua mãe que queria estar. “Estar perto da minha mãe sempre foi muito importante para mim e, por isso, pouco tempo depois de ela regressar a Portugal, regressei também para junto dela.”
Desde que voltou a Portugal que Manuel Vítor Penedo vive perto da mãe e não há dia que não fale com ela. “Visito-a quase todos os dias. Faço-o sozinho ou na companhia da minha esposa que também vem muitas vezes ver a minha mãe, aliás, como ela diz é também sua mãe”, conta-nos, acrescentado que “a minha mãe sempre foi uma pessoa ativa, mas sabemos que à medida que a idade avança os cuidados têm que ser redobrados. Por isso, acompanhamos de perto o seu envelhecimento, ajudando-a a encontrar o melhor para ela, para que continue a viver uma vida com qualidade e dignidade”.
A Stannah
Apesar dos 93 anos de vida, Maria José Manteigas continua cheia de energia. No entanto, à medida que foi envelhecendo, a força das pernas foi deixando de conseguir acompanhar este espírito jovem. “As minhas pernas já não acompanham a minha vontade de ser ativa. Tenho 93 anos, mas não abdico da minha vida ativa e gosto de não depender de ninguém para realizar os meus afazeres diários”, explica Maria José Manteigas.
As escadas de casa foram o primeiro grande obstáculo para uma vida com qualidade e independente. Na altura decidiu não contar à família, mas pouco tempo depois a sua nora percebeu a forma insegura como diariamente ultrapassava este verdadeiro desafio. “Um dia encontrei-a a descer as escadas de costas. Segundo ela, como já não tinha forças para subir e descer as escadas normalmente, optou por fazê-lo desta forma, pois conseguia equilibrar-se com a ajuda do degrau”.
Reconheceram de imediato o perigo que era subir e descer as escadas daquela forma tão insegura. Como tal, e sempre preocupados com o bem-estar e segurança da matriarca da casa, sugeriram duas soluções. “ Na altura sugeri à minha mãe mudar de casa ou vir viver comigo, mas a resposta foi negativa para ambas as sugestões. Queria continuar a viver na casa dela e nós compreendíamos a sua vontade, apenas vivíamos diariamente preocupados com medo que algo grave pudesse acontecer”, contam-nos Manuel e Filomena Penedo.
E não descansaram enquanto não encontraram uma solução para este obstáculo que impedia Maria José Manteigas de viver uma vida com qualidade e em segurança. “Um dia vi uma publicidade da Stannah e disse à minha sogra que era de um equipamento daqueles (elevador de escadas) que ela precisava e, juntamente com o meu marido, persuadimo-la a receber a visita do especialista, já que era gratuita e sem compromissos” diz-nos Filomena Penedo, recordando que “no início, a minha sogra não viu isso com bons olhos. No entanto, como sabíamos que para ela estar em segurança dentro de casa era necessário recorrer a uma solução destas, continuamos a insistir até que ela decidiu aceitar”.
Hoje em dia, e como a própria diz, não pode estar mais agradecida pela insistência do seu filho e nora e mais feliz com a decisão que tomou em optar por adquirir uma solução de mobilidade que a ajudasse a subir e a descer as escadas de casa. Graças ao elevador de escadas, continua a viver uma vida independe dentro de casa.
“Às vezes, quando estou sentada na cadeira do elevador de escadas, falo comigo mesmo e questiono-me de como seria a minha vida sem esta preciosa ajuda. Muito infeliz, já que precisaria de recorrer do auxílio da minha família sempre que quisesse movimentar-me entre os dois andares da minha casa”, desabafa Maria José Manteigas.
Para a família de Maria José Manteigas esta foi, sem dúvida, uma decisão que veio ajudar a todos. “ Agora, podemos estar mais tranquilos e descansados. Sabemos que ela sobe e desce as escadas de casa de forma independente e em segurança e não podíamos estar mais felizes com isto, pois, queremos o melhor para ela”
As dificuldades de subir e descer as escadas estavam, então, resolvidas. Agora, faltava conquistar a independência e liberdade fora de casa, pois, mais uma vez as pernas não eram grandes aliadas da sua vontade de viver uma vida ativa e independente, dentro e fora de casa.
Manuel Vítor Penedo conta, então, como mais tarde perceberam que uma scooter de mobilidade poderia vir a ser mais uma ajuda na conquista de mais liberdade e independência para Maria José Manteigas. “Temos aqui na terra uma romaria que a minha mãe gosta muito de ir, mas já suspeitávamos que mais cedo ou mais tarde, teríamos que encontrar uma solução para que ela conseguisse ir de forma livre e independente e sabíamos que passaria pela aquisição de um equipamento que a ajudasse a percorrer a distância de casa até à festa e vice-versa. Além disso, queria que a minha mãe continuasse independente e a realizar todos os seus afazeres diários. Na altura, lembro-me que vimos uma publicidade das scooters de mobilidade e falei com a minha irmã para juntos “darmos o empurrãozinho” que faltava para ela ser verdadeiramente feliz” conta-nos Manuel Vítor Penedo, acrescentando que “inicialmente a minha mãe receava não se adaptar ao equipamento, mas depois de experimentar percebeu que a condução era simples e fácil e rapidamente ficou com a certeza que seria a solução ideal para desfrutar de uma vida ativa e independente fora de casa”
A utilização diária da scooter de mobilidade é a maior prova de que, mais uma vez, “investiu” da melhor forma na sua qualidade de vida e independência. “Todos os dias saio de casa com a scooter e vou tomar café com os meus amigos, vou ao supermercado fazer compras e passeio muito. Estou muito feliz com esta escolha, pois, sem a scooter passaria os meus dias fechada em casa e sempre que quisesse sair teria que depender da ajuda do meu filho e da minha nora e isso não me agradaria de todo”, admite Maria José Manteigas.
Mais uma vez, a família de Maria José Manteigas não podia estar mais de acordo com a sua escolha e feliz por ter impulsionado esta decisão. “É um orgulho para nós, saber que, mesmo com os seus 93 anos, consegue realizar todas as suas tarefas, sozinha e em segurança”, comenta Filomena Penedo, admitindo que “sabemos o quanto ela se esforçou para chegar a esta altura da vida com dignidade e vamos sempre apoiar/impulsionar todas as decisões que visem o seu bem-estar e qualidade de vida”.
Em tom de conclusão, Manuel Vítor Filomena Penedo deixam a seguinte mensagem para todos os filhos que têm uma mãe idosa. “Devemos sempre tratar a nossa família, principalmente os mais idosos, com respeito e carinho. No nosso caso, por exemplo, sabemos o quanto ela gosta de ser independe, livre e ativa. Por isso, vamos estar sempre atentos e apoiá-la na conquista desta liberdade e independência”.