Dia Mundial da Diabetes: Agir Hoje Para Mudar O Amanhã

A Stannah junta-se à maior campanha a nível mundial de consciencialização sobre a diabetes, porque todos temos direito a uma vida mais saudável.

Escrito por: Stannah

O direito a ter um futuro saudável deveria ser um direito universal. No entanto, exercer este direito depende muito da capacidade e dos mecanismos que cada país possui para informar, consciencializar e educar os seus cidadãos sobre diferentes temas como, por exemplo, a diabetes. Um maior acesso a informação sobre como prevenir a diabetes pode revelar-se um fator determinante para diminuir o impacto desta doença na vida daqueles que estão mais expostos aos fatores de risco.

Por tudo isto, a Stannah junta-se à maior campanha a nível mundial de consciencialização sobre a diabetes, o Dia Mundial da Diabetes, de forma a colocar esta doença em destaque. O objetivo é alertar para a importância de realizar rastreios que permitem a deteção da diabetes e informar as populações sobre os riscos e consequências de viver com esta doença.

 

“Ao mesmo tempo que provoca um enorme sofrimento pessoal, a diabetes também pode representar um encargo económico pesado para qualquer país. À medida que os casos de diabetes aumentam, a necessidade de recorrer aos cuidados de saúde também aumentam. O impacto sobre a economia no seu todo é menos notório, mas é óbvio que uma população pouco saudável é incapaz de desenvolver todo o seu potencial e contribuir para o desenvolvimento económico do seu país.” Sir Michael Hirst President (Atlas da Diabetes da Federação Internacional de Diabetes, 7th ed. Bruxelas, Bélgica: Federação Internacional de Diabetes, 2015.)

Mas por onde começar? Primeiro, é preciso entender qual é objetivo do Dia Mundial da Diabetes.

Diabetes: uma emergência global

O Dia Mundial da Diabetes representa a maior campanha de consciencialização sobre a diabetes a nível mundial. A campanha é organizada pela Federação Internacional de Diabetes e estima-se que alcance mil milhões de pessoas em 160 países. O objetivo desta campanha é chamar a atenção para a doença da diabetes, cujos efeitos negativos não devem nunca ser menosprezados ou ignorados.

O Dia Mundial da Diabetes foi criado em 1991 pela Federação Internacional de Diabetes e pela Organização Mundial de Saúde. Em 2006, o Dia Mundial da Diabetes foi oficialmente reconhecido como um dia oficial na Organização das Nações Unidas.

A campanha tem como símbolo um círculo azul, adotado pela primeira vez em 2007. O círculo azul representa o símbolo global da consciencialização sobre a diabetes, assim como a unidade da comunidade global em resposta à epidemia de diabetes.

Os 3 Principais Tipos de diabetes

Diabetes tipo 1 Diabetes tipo 2 Diabetes Gestacional
Fatores de risco: história familiar de diabetes, genética, infeções e outro tipo de influências ambientais; Fatores de risco: excesso de peso, ausência de atividade física, alimentação pouco variada, história familiar de diabetes, histórico de diabetes gestacional e idade avançada; Surge durante a gravidez
Pode surgir de repente e, atualmente, ainda não existe uma cura; Pode permanecer oculta e sem ser diagnosticada durante anos; Pode provocar graves problemas de saúde à mãe e ao bebé;
Sem insulina, uma pessoa com diabetes do tipo 1 pode morrer. Pode ser controlada ao adotar uma alimentação saudável e aumentar a frequência com que realiza atividade física. Em alguns casos, pode não requerer medicação. Aumenta o risco da mãe e/ou filho(a) desenvolver diabetes do tipo 2 no futuro

A diabetes em números

Para análise do problema da diabetes é também importante analisar as diferenças entre a incidência de diabetes em zonas urbanas e zonas rurais.

Fonte: Atlas da Diabetes da Federação Internacional de Diabetes, 7th ed. Bruxelas, Bélgica: Federação Internacional de Diabetes, 2015.)

 

A diferença entre valores é alarmante. A prevalência de diabetes em zonas urbanas é um indicador de um estilo de vida pouco saudável que pode ter influência direta no surgimento de novos casos de diabetes. Porém, existem outros fatores, igualmente preocupantes, que devemos ter em conta:

  • 1 em cada 11 adultos desenvolverá algum tipo de diabetes ao longo da sua vida;
  • Três quartos das pessoas com diabetes vivem em países com rendimentos baixos ou médios;
  • Em 2040, 1 em cada 10 adultos terá diabetes;
  • 542,000 de crianças têm diabetes do tipo 1;
  • 46,5% de adultos com diabetes não se encontram diagnosticados;
  • A cada 8 segundos, morre uma pessoa com diabetes;
  • 1 em cada 7 nascimentos é afetado pela diabetes gestacional;
  • Além dos 414 milhões de adultos que têm diabetes, outros 318 milhões possuem um nível de glicose muito alto, o que os coloca em risco iminente de desenvolver diabetes no futuro.
  • Segundo um relatório da OCDE, Portugal é o país da União Europeia com maior prevalência da doença; estima-se que a diabetes afete mais de 1 milhão de portugueses, cerca de 13,3% da população com idades entre os 20-79 anos.

Diabetes: quando as desigualdades se acentuam

Todas as pessoas em risco de desenvolverem diabetes ou que já lidam diariamente com a doença deveriam ter direito às mesmas condições fundamentais que permitem efetuar um diagnóstico precoce ou aplicar o tratamento uma vez detetada a doença, assim como acesso a informação vital para saber viver com a diabetes e gerir a sua vida da melhor forma. Esta é a única forma de aprendermos a prevenir a diabetes do tipo 2. Nos países em desenvolvimento, as condições socioeconómicas que afetam as pessoas com diabetes tornam a deteção precoce e o tratamento particularmente difíceis ou praticamente inexistentes. Além disso, estas pessoas estão normalmente mais expostas a fatores de risco, tais como alimentação pouco nutritiva e variada, pouca atividade física, consumo de tabaco e álcool.

A diabetes gestacional nas mulheres também pode representar uma ameaça importante na saúde materna e infantil. Em muitos casos, a mãe pode chegar a desenvolver diabetes do tipo 2. Esta condição coloca as mulheres numa posição extremamente vulnerável e através da qual o nível de desigualdade se acentua. Estas são alguns dos dados sobre a diabetes associados às mulheres:

  • Atualmente, há mais de 199 milhões de mulheres que vivem com diabetes. Prevê-se que este número aumente para 313 milhões até 2040;
  • A diabetes é a nona causa de morte em mulheres a nível mundial, causando 2,1 milhões de mortes por ano;
  • Mulheres com diabetes do tipo 2 têm quase 10 vezes mais hipóteses de vir a sofrer de uma doença coronária que as mulheres sem esta doença;
  • As mulheres com diabetes do tipo 1 correm maior risco de sofrerem um aborto prematuro ou de ter um bebé com malformações;
  • 1 em cada 7 nascimentos é afetado pela gravidez gestacional;
  • Até 70% dos casos de diabetes do tipo 2 podem ser prevenidos com a adoção de um estilo de vida saudável;
  • 70% das mortes prematuras em adultos são, em grande medida, provocadas por comportamentos de risco iniciados na adolescência.

Como podemos mudar?

Mais informação e educação, é o que faz falta para um diagnóstico precoce e para aprender a adotar um estilo de vida mais saudável. Fomentar e incentivar a população em geral a adotar comportamentos de prevenção também pode ajudar a prevenir complicações a longo prazo em pessoas com diabetes do tipo 2 e que permaneceram demasiado tempo sem serem diagnosticadas.

A medicina já evoluiu bastante no diagnóstico da diabetes. As autoridades locais são, agora, capazes de avaliar as suas populações com maior eficácia. As cidades, no âmbito dos programas de rastreio, costumam avaliar 6 dimensões essenciais:

  • Condições para a prática de exercício ao ar livre;
  • Acesso a uma alimentação saudável;
  • Acesso a água potável;
  • Informação sobre como comer de forma saudável nas escolas;
  • Implementação de políticas de prevenção;
  • Acesso a informação sobre opções de vida saudáveis.

Em Portugal, o Serviço Nacional de Saúde desenvolveu o Programa Nacional para a Diabetes que visa, entre outras ações, a promoção de programas cujo objetivo é a prevenção primária da diabetes, a identificação de grupos de risco, o desenvolvimento de programas e avaliação de rastreios, entre outros. A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), fundada em 1926, também se dedica a melhorar a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas com diabetes, os seus familiares e cuidadores. Atualmente, a APDP possui mais 15 mil associados.

Estes são apenas alguns dos canais privilegiados através dos quais pode obter mais informações sobre a doença da diabetes em Portugal. Porém, para um diagnóstico precoce e atempado, consulte o seu médico de família e realize os exames de rotina recomendados. E lembre-se que com a diabetes, à semelhança de tantas outras coisas na vida, mais vale prevenir que remediar! Neste Dia Mundial da Diabetes, comece por adotar um estilo de vida saudável e previna-se desta doença.

Fontes: