Conheça os sintomas, tipos e causas dos vários tipos de demência senil

No dia 21 de setembro, celebramos o Dia Mundial da Doença do Alzheimer, uma data importante para aumentar a consciencialização sobre esta doença que afeta milhões de pessoas. O Alzheimer, a forma mais comum de demência, representa um desafio não apenas para quem é diagnosticado, mas também para os familiares, cuidadores e a sociedade como um todo.

Escrito por: Stannah

Sabia que, segundo a “Health at a Glance 2019”, Portugal é o 4º país da OCDE com mais casos de demência senil por 1000 habitantes?

Em Portugal, a prevalência da demência senil situa-se ligeiramente acima dos 20 casos por 1000 habitantes, prevendo-se que possa aumentar para 40,5 casos por 1000 habitantes em 2050. Estes números estão certamente relacionados com o aumento da esperança média de vida, tendo em conta que a prevalência da demência aumenta consideravelmente em idades mais avançadas, chegando aos 41% em pessoas com mais de 90 anos. Antes de Portugal temos o Japão, a Itália e a Alemanha a encabeçar a lista dos países com mais casos de demência nos países da OCDE.

Neste contexto, quando nos apercebemos da perda de memória num familiar idoso, associamos imediatamente à doença de Alzheimer. No entanto, a doença de Alzheimer é apenas um dos tipos de demência que podem existir. É importante saber distingui-la dos restantes tipos de demência e, sobretudo, compreender quais são os sinais do envelhecimento considerados normais. Convidamo-lo/a ler o nosso artigo para aprender a diferenciar esses sinais.

Relembramos que deve consultar um médico sempre que note em si próprio/a ou num familiar ou amigo, alguns dos sinais que descreveremos ao longo deste artigo.

O que é a demência senil?

Embora a doença de Alzheimer seja o tipo de demência senil mais comum, existem outras formas de demência, como:

  • Demência frontotemporal (ou Doença de Pick)
  • Demência por corpos de Lewy.
  • Demência associada à Doença de Parkinson.
  • Demência vascular.
  • Demência mista.

De uma forma geral, a demência senil define-se como um conjunto de sintomas que não fazem parte do envelhecimento normal, pois são suficientemente graves para terem impacto no quotidiano, independência e relacionamento com os outros. Esses sintomas resultam de uma doença ou de um trauma cerebral, e podem incluir:

  • perda de memória;
  • mudança de humor e personalidade;
  • funções intelectuais diminuídas.

Com a demência haverá provavelmente um declínio notório na comunicação, aprendizagem, memorização e resolução de problemas. Estas alterações podem ocorrer rápido ou muito lentamente. A progressão e os efeitos variam, mas são largamente determinados pelo tipo de demência e pela área do cérebro que está afetada.

Enfrentar a possibilidade de demência, quer seja em si ou nalgum familiar idoso, altera inevitavelmente as suas perceções da vida, relações interpessoais e prioridades. Mas ter alguns destes sintomas não significa que está perante o fim da sua vida normal. Certos tipos de demência podem ser abrandados ou mesmo invertidos se forem detetados a tempo. O primeiro passo é compreender o que distingue a perda normal de memória dos sintomas da demência, e também saber como identificar os diferentes tipos de demência, onde o seu médico terá um papel crucial. Seja qual for o seu diagnóstico, porém, há algumas coisas que pode fazer para ajudar a retardar os sintomas e continuar a desfrutar de uma vida plena e gratificante.

Sinais ou sintomas de demência

À medida que envelhecemos, muitos de nós temos lapsos na memória. É normal ficarmos preocupados quando percebemos que algo na nossa mente não está a funcionar tão bem como antes. Mas não há razão para pensarmos logo o pior. É preciso aprender a diferenciar os sinais de demência dos sinais do envelhecimento. Sabendo essa diferença, o mais certo é perceber que o que sente são apenas os efeitos do envelhecimento normal.

Alguns dos sintomas comuns nos diferentes tipos de demência são:

  • Perda de memória, fazer sempre as mesmas perguntas;
  • Capacidade de julgamento diminuída e comportamentos inapropriados;
  • Dificuldades com o pensamento abstrato;
  • Dificuldades para seguir um raciocínio ou instruções;
  • Perda de capacidades de comunicação
  • Desorientação em relação a tempo e lugar
  • Problemas motores, nomeadamente marcha e equilíbrio
  • Negligência dos cuidados pessoais e segurança
  • Alucinações, paranoia, agitação

Alterações da memória normal vs. sintomas de demência

O envelhecimento é algo que toca a todos e, como se costuma dizer, se chegarmos à idade de ouro, é muito bom sinal, não é? Mas a dádiva de uma vida longa acarreta as inevitáveis mudanças que o envelhecimento nos impõe. Além das rugas, do cabelo grisalho, a perda lenta de memória é comum e considerada normal à medida que envelhecemos. Já sabemos também que, com toda a informação que temos ao nosso dispor, é também mais fácil fazermos as escolhas que nos ajudam a ser mais saudáveis a nível físico e cognitivo, para abrandar um pouco esse envelhecimento. No entanto, se a perda de memória for severa e rápida, então, definitivamente, não se tratará de efeitos do envelhecimento normal.

As alterações de memória consideradas normais, associadas ao envelhecimento, podem incluir:

  • Pensamento mais lento na resolução de problemas – A velocidade de aprendizagem abranda; a memória a curto prazo demora mais tempo a funcionar; o tempo de reação aumenta.
  • Diminuição dos níveis de atenção e concentração – Mais propensão a sofrer distração. Todas as interrupções tornam a aprendizagem mais difícil.
  • Recordar algo é mais difícil – Uma maior necessidade de pistas para conseguir recordar algo.

Distinguir entre perda normal de memória e sintomas de demência não é uma ciência exata, mas existem algumas pistas a procurar:

Típico do envelhecimento Sintomas de demência
Existe queixa de perda de memória, mas a pessoa ainda é capaz de fornecer exemplos detalhados do seu esquecimento. A queixa da perda de memória apenas surge se alguém perguntar e não consegue relembrar-se de casos específicos.
Por vezes, fica à procura das palavras. Tem de fazer bastantes pausas para se lembrar das palavras.
Poderá hesitar e pausar para se lembrar de uma morada, mas não se perde em sítios familiares. Perde-se em sítios familiares e demora demasiado tempo para encontrar o caminho para casa.
Consegue lembrar-se de acontecimentos recentes e não tem problemas ao nível do discurso. Nota-se uma diminuição da capacidade de reter memórias de acontecimentos recentes e de manter uma conversa.
Continua a socializar como sempre, sem problema algum. Perdeu interesse em atividades sociais e por vezes comporta-se de forma socialmente inadequada.

Quais são as possíveis causas da demência?

O cérebro, quando se mantém saudável, é um órgão quase que milagroso pela maneira como continua a criar ligações ao longo da vida, inclusive durante a velhice. No entanto, quando essas ligações se vão perdendo devido a alguma inflamação, doença ou lesão, os neurónios acabam por morrer aos poucos e a demência pode desenvolver-se. É certo que a perspetiva de vir a perder a consciência de si próprio pode ser extremamente traumática, mas saiba que a intervenção precoce pode alterar em muito a evolução da doença.

Nas últimas décadas, os cientistas desmistificaram grandemente as origens da demência. Apesar dos fatores genéticos poderem aumentar o risco de padecer de demência, os cientistas acreditam que as causas de demência são uma combinação de fatores hereditários e da ação de fatores ambientais e, claro, do estilo de vida.

Assim, a demência pode ser causada por:

  • Doenças que atacam e destroem progressivamente células e conexões cerebrais, como a doença de Alzheimer, doença de Parkinson, ou doença de Huntington.
  • Acidentes vasculares cerebrais que diminuem ou interrompem o fluxo de oxigénio e roubam ao cérebro de nutrientes vitais. Acidentes vasculares cerebrais adicionais podem ser evitados através da redução da tensão arterial elevada, do tratamento de doenças cardíacas e do abandono do tabagismo.
  • Nutrição deficiente, desidratação, e certas substâncias, incluindo drogas e álcool. Por isso, tratar condições como a resistência à insulina, distúrbios metabólicos e deficiências vitamínicas podem reduzir ou eliminar os sintomas de demência.
  • Trauma único ou lesões repetidas no cérebro. Dependendo da localização da lesão cerebral, as capacidades cognitivas e a memória podem ser prejudicadas.
  • Infeção ou doença que afeta o sistema nervoso central, incluindo a doença de Creutzfeldt-Jakob e o VIH. Algumas doenças são tratáveis, incluindo doença hepática ou renal, tumores cerebrais operáveis, incluindo a pseudo-demência, induzida pela depressão.

Que tipos de demência existem?

Todas as demências envolvem um declínio cognitivo que pode ter impacto na vida quotidiana. No entanto, é importante identificar o tipo específico de demência, para assim o seu médico ou o médico do seu familiar idoso poder escolher o tratamento mais adequado. Na verdade, existem mais 50 condições que envolvem demência, mas as mais comuns são:

Doença de Alzheimer

Esta é a forma mais comum de demência. A doença de Alzheimer é caracterizada pela presença de “placas” entre as células que estão a morrer no cérebro e “emaranhados” dentro das células (ambas são devidas a anomalias proteicas). O tecido cerebral de uma pessoa com Alzheimer tem progressivamente menos células nervosas e ligações, e o tamanho total do cérebro diminui. Segundo a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer, existem mais de 195 mil casos diagnosticados em Portugal e prevê-se que esse número aumente para 322 mil casos até 2037. Sendo uma doença de grande incidência, é preciso estar atentos a alguns sinais que podem ser sintomas de demência derivada de doença de Alzheimer:

  1. A perda de memória é suficiente para perturbar a sua vida quotidiana. Esquece coisas que aprendeu recentemente, esquece datas ou eventos importantes, pede repetidamente as mesmas informações.
  2. Dificuldades na resolução de problemas. Não é capaz de seguir planos, trabalhar com números, seguir receitas, ou manter um registo de contas.
  3. Dificuldades nas tarefas diárias. Conduzir para um lugar familiar, lembrar-se das regras de um jogo, ou completar tarefas no trabalho.
  4. Confusão relativamente ao dia e ao lugar em que está. Perder a noção das datas, esquecer onde se está ou como se chegou lá.
  5. Não saber onde estão as coisas. Coloca as coisas em lugares estranhos, sem ser incapaz de se lembrar de como as colocou lá, chegando a acusar os outros de roubo.
  6. Dificuldade ao falar e ao escrever. Tem dificuldades em seguir uma conversa, repete-se frequentemente, luta para encontrar a palavra certa, ou chamar as coisas pelo nome certo.
  7. Dificuldade em interpretar imagens visuais. Problemas de leitura, a julgar distâncias, cores, ou contrastes, ou até reconhecer o seu próprio reflexo no espelho.
  8. Falta de discernimento nalgumas situações. Nota um declínio na sua capacidade de tomada de decisão como, por exemplo, dar dinheiro a mais quando vai às compras.
  9. Desistência do trabalho ou de atividades sociais. Tem dificuldade em lembrar-se sobre como completar um projeto de trabalho ou passatempo favorito, tem dificuldade em seguir desportos e começa a afastar-se de eventos sociais.
  10. Mudanças de humor acentuadas. Torna-se confuso, deprimido, desconfiado, receoso, e até ansioso.

O diagnóstico precoce de Alzheimer pode ajudar a prolongar a independência e faz toda a diferença para que possa continuar a desfrutar de uma vida plena, por mais tempo.

Como apoiar a causa do Alzheimer

O apoio à causa do Alzheimer vai muito além da consciencialização. Existem várias formas de se envolver e contribuir, seja por meio de doações, voluntariado ou simplesmente oferecendo apoio a pessoas e famílias afetadas pela doença. Partilhamos consigo algumas das principais formas de apoiar esta causa em Portugal.

Participação em associações e organizações de apoio

Em Portugal, a principal entidade dedicada à Doença de Alzheimer é a Associação Alzheimer Portugal, uma instituição de utilidade pública que oferece apoio aos doentes e às suas famílias, além de promover campanhas de sensibilização e angariação de fundos. A associação conta com várias filiais regionais, onde os voluntários podem participar em atividades como:

  • Acompanhamento de doentes e familiares;
  • Organização de eventos para angariação de fundos;
  • Promoção de ações educativas sobre a doença.
Contribuições financeiras e doações

Fazer uma doação regular para organizações que apoiam pacientes com Alzheimer pode ajudar a financiar a pesquisa sobre tratamentos e novas terapias, além de garantir que os cuidadores e familiares tenham acesso a serviços de apoio. Além da Associação Alzheimer Portugal, outras instituições como a Cruz Vermelha Portuguesa e a Santa Casa da Misericórdia também promovem iniciativas ligadas à demência.

Voluntariado e apoio a cuidadores

O Alzheimer não afeta apenas os pacientes, mas também os cuidadores, que muitas vezes enfrentam grandes desafios emocionais e físicos. Em Portugal, existem iniciativas de apoio aos cuidadores, como o projeto Cuidadores de Memória, que oferece formação e apoio psicológico a quem cuida de pessoas com demência. Voluntários podem envolver-se em atividades de apoio direto a esses cuidadores, proporcionando momentos de descanso ou participando de grupos de apoio emocional.

Participação em eventos de consciencialização

No Dia Mundial da Doença do Alzheimer, várias cidades em Portugal organizam eventos para sensibilizar o público sobre a doença e angariar fundos para as instituições de apoio. Participar em caminhadas, maratonas ou outras atividades de sensibilização é uma maneira eficaz de demonstrar solidariedade e contribuir para a causa. Cidades como Lisboa e Porto costumam realizar ações de rua, palestras e exposições durante o mês de setembro com o objetivo de envolver a comunidade e disseminar informação.

Investir em educação e consciencialização

Promover a educação sobre o Alzheimer é fundamental para a prevenção e o diagnóstico precoce da doença. Quanto mais cedo o Alzheimer for identificado, mais eficazes poderão ser os tratamentos e o planeamento de cuidados a longo prazo. Divulgar informações em redes sociais, organizar workshops em empresas ou escolas e promover ações de formação para profissionais de saúde são algumas formas de difundir o conhecimento sobre a doença.

Dicas para conviver com pacientes de Alzheimer

Conviver com alguém que tem Alzheimer pode ser desafiante, mas há maneiras de tornar essa experiência mais leve, tanto para o paciente quanto para os cuidadores. Aqui estão algumas dicas práticas:

  1. Manter uma rotina diária: Pessoas com Alzheimer sentem-se mais confortáveis em ambientes previsíveis. Estabeleça horários fixos para refeições, medicamentos e atividades.
  2. Comunicação clara e simples: Use frases curtas e evite muitas opções ao fazer perguntas. É importante ser paciente e dar tempo ao paciente para responder.
  3. Estimular a independência: Incentivar o paciente a realizar tarefas simples pode ajudar a manter sua auto-estima e independência.
  4. Oferecer apoio emocional: Além dos cuidados físicos, os pacientes com Alzheimer também precisam de apoio emocional. Demonstrar carinho e paciência é fundamental.

Demência vascular

A demência vascular resulta de uma série de pequenos derrames ou alterações no fornecimento de sangue ao cérebro que pode ser provocada por um AVC, por exemplo. Problemas de lentidão mental e de memória, juntamente com dificuldades que afetam a linguagem, a marcha, ou a urinação, por exemplo, podem sugerir uma causa vascular dos problemas de memória. Quando se verifica um início súbito de sintomas de demência, pode indicar demência vascular, e embora tenha um impacto severo na memória e no funcionamento cognitivo, existem formas de reduzir a sua gravidade.

Demência mista

Esta é uma condição em que a doença de Alzheimer e a demência vascular ocorrem simultaneamente. A combinação dos dois tipos de demência ocorre com maior frequência em idades mais avançadas, frequentemente diagnosticada porque são percetíveis os sintomas de doença cardiovascular e demência a agravarem-se ao longo do tempo.

Formas menos comuns de demência

  • Doença de Pick ou Demência frontotemporal (DFT): Menos comum, mas ainda importante de distinguir, é a DFT. O diagnóstico desta demência não é fácil, porque manifesta-se com ligeiras mudanças na linguagem ou mudanças de comportamento. Estas alterações, que podem ser muito óbvias, podem esconder um problema de memória. Por vezes a DFT é confundida com depressão, mania, transtorno de personalidade, ou um problema de abuso de substâncias, devido aos distúrbios comportamentais. Pode ser mais comum nas mulheres e ocorre numa idade precoce.
  • Doença de Creutzfeldt-Jakob: progride rapidamente juntamente com a deterioração mental e ocorrência de movimentos involuntários.
  • Doença de Huntington: é uma doença hereditária e degenerativa. A doença causa movimentos involuntários e normalmente começa durante a meia-idade.
  • Demência da Doença de Parkinson: pode desenvolver-se nas fases posteriores da doença de Parkinson, como resultado da desordem progressiva do sistema nervoso central.
  • Demência com corpos de Lewy: é uma condição neurodegenerativa ligada a estruturas anormais no cérebro. As alterações cerebrais envolvem uma proteína chamada alfa-sinucleína. A demência com corpos de Lewy parece uma combinação de algumas características tanto da doença de Alzheimer como da doença de Parkinson. Os problemas cognitivos começam antes ou pouco depois dos sintomas musculares. Uma pessoa com demência com corpos de Lewy tem mais altos e baixos emocionais e cognitivos, mais quedas, mais problemas de sono, e mais alucinações visuais do que uma pessoa com doença de Alzheimer.
  • Doenças infeciosas, como o HIV: a forma como o vírus danifica as células cerebrais não é certa, mas sabe-se que ocorre.

Demência precoce ou Défice Cognitivo Ligeiro (DCL)

A demência precoce, também conhecida como Défice Cognitivo Ligeiro (DCL), envolve problemas de memória, linguagem, ou outras funções cognitivas. Mas ao contrário daqueles com demência total, as pessoas com ICM ainda são capazes de levar a cabo a sua vida diária sem dependerem de terceiros.
Muitas pessoas com DCL acabam por desenvolver a doença de Alzheimer ou outro tipo de demência mais tarde. No entanto, nalgumas pessoas, a doença estagna e o declínio é muito suave, sendo capazes de viver de forma independente. Outras pessoas com DCL pode até voltar a ter uma vida normal.
Ainda não se compreende muito bem porque é que, por vezes, a DCL progride para a doença de Alzheimer, enquanto que noutros se mantém estável. É difícil de prever o curso que a doença pode tomar, mas, em geral, quanto maior for o grau défice cognitivo, maior é o risco de desenvolver Alzheimer ao longo da vida.

Os sintomas da DCL incluem:

  • Perder ou colocar coisas frequentemente no lugar errado;
  • Esquecimento frequente de conversas, compromissos ou eventos;
  • Dificuldade em lembrar os nomes de novos conhecidos;
  • Dificuldade em seguir uma conversa.

Porque é que é tão importante diagnosticar o tipo de demência corretamente?

Obter um diagnóstico precoce do tipo de demência é muito importante, especialmente se os sintomas aparecerem subitamente. Para um diagnóstico bem-sucedido, é necessária uma discussão cuidadosa do historial médico do paciente e do desenvolvimento dos sintomas, além de um exame da memória e de outras capacidades cognitivas, para diagnosticar os problemas de memória, alterações de pensamento e comportamento. Em termos de exames físicos, os testes sanguíneos, as neuroimagens, e até um eletroencefalograma para registar a atividade elétrica do cérebro, quando há indicações de que uma das causas mais invulgares de demência possa estar presente. É importante excluir outras condições e interações medicamentosas que possam estar a causar os sintomas.

Embora o seu médico possa ser capaz de diagnosticar amplamente a demência, determinar o tipo específico pode, por vezes, ser um desafio. Muitos sintomas sobrepõem-se entre diferentes tipos de demência, pelo que poderá ter de consultar um neurologista ou psicólogo especializado para um diagnóstico específico.

Como lidar com um diagnóstico de demência?

Ser diagnosticado com demência é uma experiência que muda a vida tanto para si como para os seus entes queridos. Pode mesmo virar o seu mundo do avesso e deixá-lo a braços com uma série de emoções conflituosas, desde o choque, a raiva e a dor, até à tristeza profunda e ao isolamento. Embora atualmente não exista cura para a demência, um diagnóstico não significa que a sua vida, a do seu familiar ou amigo tenha terminado. Aconselhe-se com o seu médico especialista. Há tratamentos disponíveis para os sintomas. Há também medidas que pode tomar para ajudar a retardar a progressão da doença e retardar o aparecimento de sintomas mais debilitantes, permitindo-lhe prolongar a sua independência e viver uma vida rica e plena por mais tempo.

Como prevenir a demência ou retardar os seus sintomas?

Pesquisas recentes sugerem que os hábitos de vida saudável e a estimulação mental podem ajudar a prevenir completamente a demência, atrasar o seu aparecimento, ou se já tiver sido diagnosticado, retardar o aparecimento de sintomas mais debilitantes. De facto, os cinco estudos divulgados na Alzheimer’s Association International Conference (AAIC) em Los Angeles, concluíram o mesmo:

Adotar um estilo de vida saudável pode reduzir o risco de demência até 60%, mesmo que se tenha uma predisposição genética.

prevenir sintomas demencia

Tal como o exercício físico o mantém em forma física, o exercício da mente e da memória pode ajudá-lo a manter-se mentalmente ágil, independentemente da sua história familiar ou da sua idade. As seguintes estratégias podem ajudar:

  1. Exercício regular: Iniciar uma rotina de exercício regular, incluindo treino cardiovascular e de força, pode reduzir significativamente o seu risco de desenvolver demência. Comece por 30 minutos de exercício dia sim, dia não… ou até todos os dias!
  2. Envolvimento social: Quanto mais socialmente ativo for, estará cara a cara com os outros, e mais forte será provavelmente a sua memória e cognição.
  3. Dieta saudável: Os hábitos alimentares saudáveis do cérebro, tais como os promovidos na dieta mediterrânica, podem ajudar a reduzir a inflamação, proteger os neurónios, e promover uma melhor comunicação entre as células cerebrais. Porções diárias de fruta e legumes e porções semanais de peixe podem ajudar a diminuir o risco de demência.
  4. Estimulação mental: Se continuar a aprender coisas novas e a desafiar o seu cérebro, estará a fortalecer as suas capacidades cognitivas, a manter-se mentalmente ágil e, sem dúvida, a atrasar ou a prevenir os sintomas da demência.
  5. Dormir bem: Um sono de qualidade pode ajudar a eliminar as toxinas cerebrais e a evitar a acumulação de placas prejudiciais.
  6. Gestão do stress: O stress não controlado tem um pesado impacto no cérebro, diminuindo a área chave da memória, dificultando o crescimento das células nervosas, e agravando os sintomas da demência.
  7. Saúde vascular: Controlar a pressão arterial, monitorizar os níveis de colesterol, e deixar de fumar pode ter efeitos benéficos tanto para a saúde do coração como do cérebro.

Vimos que um estilo de vida saudável e o “treino do cérebro” são fundamentais para um envelhecimento saudável e também para melhorar o funcionamento cognitivo, para ajudar a lidar com o esquecimento nas fases iniciais dos vários tipos de demência.

Siga no nosso conselho: mantenha corpo e mente ativos.

Referências: